segunda-feira, 31 de maio de 2010

Pista falsa no Woodstock Brasil?


Fiquei apreensivo com o que constatei há pouco no site (http://www.pearljam.com/).
O Pearl Jam, banda famosa por suas mensagens enigmáticas,  em vez de entrevistas, havia colocado dois meses atrás, um link para setlist do ano de 1969 em sua página de turnê. Quando você entrava no link não aparecia nenhuma lista de músicas. Até ai ok, pois a banda ainda não existia...mas isso nada mais era que uma pequena pista sobre a participação da banda no Woodstock Brasil 2010.
Mas por que link "Setlist 1969"? - Coincidência ou não, foi também o ano em que aconteceu Woodstock, o maior e mais importante festival de rock de todos os tempos.


Esse lance de deixar pista aconteceu na última passagem deles por aqui (em 2005). A banda deixou o clássico da MPB Garota de Ipanema em streaming no seu site oficial, três meses antes de anunciar que viria mesmo para o Brasil. Logo pensamos que isto poderia ser também o começo de uma nova história do Pearl Jam com nossa terrinha.
Nenhum artista ainda foi fechado para o evento, mas estão cogitados nomes internacionais como Foo Fighters, Bob Dylan, Smashing Pumpkins, Rage Against The Machine, Pearl Jam, Limp Bizkit, Linkin’Park e Green Day.


Seguimos daqui, procurando outras pistas e esperando que o idealizador do evento, Eduardo Fischer nos passe dados concretos sobre quem virá realmente para este projeto de rock no Brasil, à realizar-se no começo de Outubro. O local até agora informado foi Itu, no interior de São Paulo, numa fazenda chamada Maeda.


Bem que poderia também negociar com Living colour, Mudhoney, Ben Harper e porque não com Stone temple Pilots. Scott Weiland, vocal do STP, revelou em entrevista que o Brasil foi o lugar mais louco que ele já tocou, na época, em 2007 com o Velvet Revolver (...e eu estava lá, no show do rio).

Assim que tiver mais notícias, voltaremos pra deixar claro todos estes enigmas!

Aê Bonham, hoje é dia de Airdrums!

Air Drums é a arte de simular uma bateria; um conforto nas pobres mãos sem caixas, pratos, tons e surdos para batucar. E quem já não recorreu à esta arte... Garanto que muitos fãs de led zeppelin e até mesmo quem não gosta da banda (não conheço), já tocou alguma vez rock n' roll ou stairway to heaven!



Um pouco antes deste post, fiz minha sessão Air drums com a música Immigrant Song, pois hoje, dia 31/05, John Bonham estaria completando 62 anos. O baterista do Led Zeppelin, considerado um dos melhores do mundo, faleceu em setembro 1980, após ter ingerido 40 doses cavalares de vodka. Completamente em coma alcoolico, foi posto na cama, na casa de Jimy page, onde faziam um ensaio para a turnê americana que se iniciaria dentro de algumas semanas. Foi encontrado morto na manhã seguinte.

A autópsia concluiu que Bonham morreu asfixiado no próprio vômito. Triste para o rock, pois com sua morte o Led zeppelin acabaria sua trajetória de quase 13 anos de existência, afirmando que não tinha como continuar sem ele...

Led Zeppelin foi formado por Jimmy page. Quando Jimmy chamou Robert Plant para a banda, este indicou John Bonham para a bateria, pois os dois já tocavam juntos na banda Crawling King Snakes. Bonham usava as baquetas mais pesadas e mais compridas disponíveis, a que ele chamava “árvores”. O seu estilo sempre foi pesado, quase destruindo a bateria.
Várias vezes já entramos em discussões sobre o melhor baterista. Com certeza Bonham não era técnico (ele foi autodidata) como outros bateristas a quem ele geralmente é comparado, mas bateria pra mim serve pra meter porrada! Então ele é o melhor nesse quesito. E o som do Led era porrada, era heavy metal. Tenho dito!

Anos atrás saiu uma pesquisa com os 10 melhores bateristas de todos os tempos:

1º Neil Peart, do Rush - Tá bom pra ti Cambira? (amigo com o qual discutimos sempre...rs)
2º John Bonham, do Led Zeppelin
3º Keith Moon, do The Who
4º Mike Portnoy, do Dream Theather
5º Ginger Baker, do Cream;
6º Terry Bozio, do Frank Zappa;
7º Danny Carey, do Tool;
8º Ian Paice, do Deep Purple;
9º Stewart Copeland, do Police;
10º Bill Bruford, do Yes.

Sobre Air Drums, deixo aqui um vídeo mto bom com o Mr. Bean tocando!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Não nos convide pro seu casamento!!!

Ainda estamos no mês das Noivas. Sendo assim, em homenagem a elas, não poderia deixar de disponibilizar esse conto (trágicômico), escrito pelo escritor oficial da nossa turma, Eduardo Mira. Vale dizer que é baseado em fatos reais, porém os nomes são fictícios, a fim de preservar nosso amigo, o noivo...e claro, os meliantes!


AOS NOIVOS COM “CARRINHO”


– Precisavam ter feito isso tudo no carro? Não bastava só amarrar algumas latas no pára-choques? – lamentava-se “seo” Antônio, enquanto lavava o Santana quase zero no quintal de casa.
– Pois é, seu Antônio, acho que o pessoal exagerou um pouco – concordava meio sem jeito Fabrício, que casara na noite anterior com a filha caçula de Antônio, Natália.

Fabrício tinha acabado de entregar o Santana verde-metálico ao sogro. A manhã estava nublada e o casal se preparava para embarcar em lua-de-mel às praias do Nordeste. A noite de núpcias havia sido no Hotel Tannenhoff, um quatro estrelas tradicional de Joinville. Seo Antônio estava radiante com o casamento de Natália e, sem pestanejar, fez questão de emprestar o carro aos noivos para passar a primeira noite em alto estilo. O Santana também serviu pra levar a noiva à igreja. Carro era uma paixão de Antônio desde os tempos de menino e ele cuidava daquele Santana como se fosse um filho. Tinha quatro portas, bancos de couro, trio-elétrico, ar-condicionado, CD player e um motor de duas mil cilindradas com injeção eletrônica multi-ponto. O verde-metálico chamava atenção porque não era um verde qualquer. De gosto duvidoso para uns, afinal lembrava uma mosca-varejeira de tão metalizado e intenso, mas que não passava despercebido.

Para aquele acontecimento, seo Antônio gastara uma semana inteira de sua aposentadoria do Banco do Brasil limpando o Santana. Aspirou, lavou, encerou e limpou todos os cantos do console com cotonetes embebidos em álcool. Os pneus também receberam tratamento especial à base de “pretinho”, um produto vendido em postos de gasolina que realçava a cor preta de qualquer borracha. O estofamento de couro foi cuidadosamente tratado com silicone para ficar com “aquele brilho”.

Natália, a noiva, estava linda, é verdade, mas dentro do Santana do seo Antônio ficou deslumbrante. A catedral joinvilense chegava a refletir naquela lataria impecável e brilhante. Após a cerimônia, todos os convidados puderam ver que beleza de carro era aquele que levava os recém-casados do altar para a festa na Sociedade Harmonia Lira.

Nos salões não se falava noutra coisa. Os convidados cumprimentavam os noivos pelas bodas e o seo Antônio pelo carrão.

Bebedores conhecidos da cidade, os amigos de Fabrício posicionaram-se num lugar estratégico: perto do bar – de onde saíam os garçons – e dos banheiros – no caso de eliminar rapidamente o excesso de cerveja e vinho branco. Élton, como de costume, colocou uma nota de dez reais no bolso de um dos garçons para que ele não deixasse “nenhum copo ficar vazio naquela mesa”. Já era uma atitude ritual. O Élton sempre aplicava essa “gorjeta antecipada”, como gostava de dizer. Os amigos já esperavam isso dele a ponto de escolherem quem seria o agraciado com a propina.

Natália e Fabrício sorriam como nunca. Depois de tanta preparação, a festa não podia dar margens a comentários maldosos de parentes ou “amigos da onça”. A banda Floresta Negra começava a tocar no palco as músicas do momento. Depois das valsas tradicionais, todos pediam alguma coisa mais dançante, inclusive a mesa do Élton – a mais animada da festa.
Apesar de terem migrado da valsa para o pagode, passando pelo axé-music e o rock, os músicos da Floresta Negra – de bermudas verdes, suspensório e com aqueles indefectíveis chapeuzinhos de feltro – não conseguiam se livrar das raízes germânicas.
– Vai descendo no boquinha do garrafa, no boquinha do garrrrafa... – cantavam com aquele forte sotaque colonial.
– E o carro? – perguntou Élton – Precisamos enfeitar o carro! – sugeriu
– Claro, carro de recém-casados sem latinha pendurada e papel higiênico na antena não tem a menor graça - concordou Dalton – Alguém sabe se o Fabrício vai pra lua-de-mel com o carro dele?
– Eu não vi o carro do Fabrício no estacionamento. Acho que eles vão passar a noite no Tannenhoff com o carro do sogro.
– Olha lá o primo da Natália...Ei, Otávio chega aí!
– Com qual carro os noivos vão passar a noite no hotel?
– Com o carro do tio Antônio.
– Beleza, então reúne uma galera aí que nós vamos lá preparar a condução dos noivos...

Em quinze minutos estavam cerca de doze amigos do Fabrício com rolos de papel higiênico, latas e barbantes prontos para transformar o Santana em “Fabriciomóvel”.
Como estava chovendo, o papel higiênico tornara-se uma papa fácil de moldar símbolos fálicos no teto e nas lanternas traseiras do carro. Dalton tentava escrever alguns dizeres com um tubo de Kolynos que pegara na bolsa da namorada, mas com aquela chuva ficava difícil. O Santana já estava quase pronto, com latas, serpentinas, alguns pontos de creme dental e muito papel empapado, mas faltava o tradicional “RECÉM-CASADOS” que estava ilegível naquela lataria super-encerada e molhada.

- Ninguém tem batom, aí? – perguntou Élton apontando em direção à bolsa da namorada, Carla .
- Hãhã, pode esquecer! O meu batom da Helena Rubenstein eu não empresto. Era só o que me faltava... – disse.
- Alguém se habilita? Batom, por favor... – suplicou Élton.
- Pega esse daqui – ofereceu Lúcia, a namorada do Márcio.

Na mão de Lúcia um batom daqueles vermelhos, fortes, cor de sangue, tão brilhante e metalizado quanto a lataria do Santana do seo Antônio.

- É à prova d’água, daqueles que duram bastante – completou Lúcia
- Perfeito! – sorriu Élton, enquanto lia no frasco do batom a inscrição “24 horas de duração – Water Proof”.

Era tudo o que eles precisavam. Na empolgação, a palavra “recém-casados” foi solenemente ignorada. No lugar, frases como: “vai comê?”, “garanhão”, “trepamóvel” e outras sem nexo algum, revelando o estado etílico dos decoradores do Santana.
Porém, Élton ainda não estava satisfeito. Sobrara um pouco do batom e o capô estava limpinho. Como num reflexo e imprimindo muita força nos punhos, Élton preencheu a tampa do motor de duas mil cilindradas com um “CUZÃO”, bem forte, letras garrafais e um til que devia ter uma camada de um centímetro de batom. Alguns riram muito, outros não entenderam direito o que Élton queria dizer com aquilo. Seria uma ofensa? Uma rusga pessoal não revelada até aquela data?
Não, era apenas um código da turma. Uma maneira até carinhosa que um chamava o outro quando estavam juntos. “Ô Cuzão, abre logo essa cerveja!”, “Vai demorar muito pra se arrumar, seu Cuzão.” Era mais ou menos assim que eles se tratavam, sempre. Não era só “cuzão”. “Demonho” e “degraçado” – assim mesmo sem o “s”. Eram formas de tratamento pessoal muito particulares da turma do Fabrício. Coisa de jovem...

- Pronto, agora tá bom! – disse Élton com dois tapinhas no teto do Santana.

Com a saída “à francesa” dos noivos, seo Antônio nem pôde se despedir da filha e do carro. Na verdade, estava tão feliz e embriagado que até tinha esquecido do Santana-varejeira. Isso, é claro, até por volta das 10 da manhã. Nem bem tinha terminado o desjejum daquele domingo, seo Antônio pitava um cachimbo na varanda da casa quando viu chegar algo parecido com o seu Santana. Quando reconheceu Fabrício em meio aos restos de papel higiênico úmido colados no pára-brisa, não quis acreditar. Ele queria mutilar, talvez até matar, o Fabrício.
Como ele pôde ter permitido que fizessem isso no Santana? Porque ninguém me avisou a tempo? – pensava incrédulo.
Seo Antônio se sentiu traído pelos seus sobrinhos que – achou – deviam ter ajudado a cometer aquele crime. E também imaginou que o trabalho teve participação dos amigos do Fabrício. “Aqueles folgados que tomaram toda a minha cerveja da geladeira na festa de noivado”.

Com um sorriso amarelo, Fabrício entregou as chaves do Santana e disse sem muita convicção:
- Taí a caranga, seo Antônio. Meio sujinho, mas inteiro.

Enquanto Natália entrava em casa para pegar as malas e falar com a mãe, dona Isaura, Fabrício ficou encostado no muro do quintal, totalmente constrangido e assistindo ao sogro tentando sem sucesso tirar o batom 24 horas à prova d’água que manchou o verde-metálico do seu Santana e, pelo jeito, só sairia com um polimento.
Seo Antônio repetia raivoso sem parar:
– E esse CUZÃO que não quer sair de cima do meu capô...

Noite Passada um disco salvou minha Vida!

Através de um comentário no post anterior, que alías me corrigiu e me deixou bem contente, descobri este livro. Valeu Rui!




Vamos lá: Eis aqui um livro absolutamente original.
Trata-se de uma lista – uma lista de 70 discos que, em algum momento, transformaram a vida de muitas pessoas. No caso, pessoas que vão do escritor suíço Alain de Botton, um dos principais nomes da literatura européia, ao jornalista Maurício Kubrusly, do Fantástico, o cantor Lulu Santos, o comentarista esportivo Juca Kfouri ou o publicitário Washington Olivetto.
O autor desta proeza – o sujeito que reuniu estas pessoas e as convenceu a escrever sobre os discos que mudaram a vida deles, eventualmente salvando a vida de um ou outro – foi o jornalista goiano Alexandre Petillo.

O livro chama-se “Noite passada um disco salvou minha vida – 70 álbuns para a ilha deserta”, da Geração Editorial (304 págs., R$ 29,90). É claro que um livro deste, tem que estar na estante, mas descobri um link para ler através do google books. Fuça lá que você acha!

Reproduzo aqui uma parte da entrevista do Autor sobre a construção do livro:

... Eu estava vendo o programa do David Letterman e ele falava da morte de um músico, o Warren Zevon. Letterman, além de grande amigo de Zevon, se disse um admirador da música que ele produzia e, se tivesse que levar um disco para a ilha deserta, levaria algum do Zevon. Eu fiquei surpreso com aquilo, já que Zevon não faz um tipo de música das mais animadas e Letterman é um comediante. Não consegui entender a relação entre os dois. Percebi que todo mundo tem uma trilha-sonora na cabeça, discos que representam um momento determinado da vida de alguém. Achei interessante reunir, em um livro, pessoas conhecidas falando sobre como um disco foi importante na vida delas.

Trata-se de um livro que não interessa apenas aos fãs de música. A música, na verdade, foi apenas o ponto de partida para que cada um refletisse sobre a... vida. Como afirma Petillo, “é um livro para quem gosta de boas histórias.” Porque é disso que o livro trata: de histórias de vida, da emoção partilhada ao som de um disco, de como a música pode levar alguém a se transformar.

Os textos reunidos no livro, diz Petillo, “falam de redenção, de alegria, de tristeza, de bons momentos, de renascimento, de amor. De como amar, principalmente. Artistas, jornalistas, músicos, escritores falam sobre discos e, ao falar deles, falam da vida”.
Alguns dos depoimentos são dramáticos. O cantor Léo Jaime, por exemplo, escreveu sem piedade sobre sua espantosa passagem pelas drogas neste livro e como a música permeou tais experiências.

Quando ouvimos uma canção no rádio, logo vêm imagens à nossa memória, afirma Petillo. A música traz lugares, amores, pais, amigos, situações engraçadas, outras tristes... e o livro mostra quais foram essas músicas que salvaram a vida de vários ídolos brasileiros. Em alguns momentos, esses grandes nomes descem do patamar de celebridade em que se encontram para contar a dor e a alegria que uma canção pode proporcionar. E atestam: "o mundo seria muito mais chato sem música.”

Música ou Miséria?


"...O que veio primeiro? A música ou a miséria? As pessoas se preocupam com crianças brincando com armas, vendo vídeos violentos, como se a cultura da violência fosse consumí-las. Mas ninguém se preocupa se estas crianças escutam milhares de canções sobre sofrimentos, rejeição, separação, perda, dor e miséria."

Com esta frase, Rob Gordon, personagem de John Cusack, abre o excelente filme Alta Fidelidade (Comédia Romantica) lançado em 2000, baseado no livro homônimo do escritor Nick Hornby(UK) lançado em 1995. Acaba de ser lançado, pela Editora Rocco "Julieta, Nua e crua", o útimo romance de Nick, que mistura novamente universo pop e o eterno embate entre os sexos.
Voltando ao filme, Rob, profundo conhecedor do universo da música pop, não consegue levar adiante seus relacionamentos amorosos. Após ser abandonado pela namorada Laura, ele decide fazer uma lista dos cinco maiores foras que levou na vida e vai procurar as envolvidas para tentar entender o que faz dele a pessoa mais rejeitada do mundo. Em Paralelo, vão sendo construidas outras histórias, seja dentro da loja de discos que Rob tem, ou nas ruas e bares de chicago, onde o se passa a história!
Pra mim, o filme vai ficando melhor a cada vez que é revisto. Já vi o filme mais de 15 vezes, tranquilamente! Sempre há uma cena, ou alguma música que não está na trilha sonora, e que não havia reparado; isso é fato. O que me seduz neste filme é o fato do protagonista falar diretamente com a camera, ou seja, atinge diretamente o telespectador. Acredito que me identifico com o filme por conta do mundo musical e claro, por conta dos dramas existênciais atras dos relacionamentos!
Outro momento ótimo de Alta Fidelidade são as listas "Top Five" que eles vão construindo durante o filme. São as 5 melhores músicas lado B, as 5 melhores musicas na hora do velório, as 5 melhores profissões e por ai vai...
Como falei antes, esta trilha sonora é muito diversificada e muito bem construida, a partir do universo pop. É obrigatória na estante, ou no mp3 (ninguém mais tá comprando cd mesmo...)
Enfim... Recomendo que assistam o filme! Eu até podia emprestar pra vocês, mas na primeira vez que emprestei, me ferrei; sumiu!
São Infinitas as possibilidades de listas "top five" pra montar! Eu deixo aqui o meu Top Five distribuido em 4 categorias que aprecio:


Filmes: Star Wars; Cidade de Deus; Alta Fidelidade; Curtindo a vida adoidado; Magnólia

Bandas: Led Zeppelin; The Cult; Stone Temple Pilots; The Smiths; Nação Zumbi

Lugares que ainda vou conhecer: Vancouver(Canadá); Ilhas phi phi (Tailândia); Santorini (Grécia); Praga (Rep. Tcheca); Perth (Austrália)

Livros: Memórias póstumas de Brás Cubas (M. Assis); A Mulher que escreveu a Biblia (Moacyr Scliar); Na Natureza Selvagem (Jon Krakauer); Noites Tropicais (Nelson Motta);A Sombra do Vento (Carlos ruiz Zafón)


Monte o seu Top five aí, ou comente por aqui!!!


quarta-feira, 26 de maio de 2010

Movimento "UNDERGROUND" na Cozinha



Quando você consegue juntar uma turma legal, mesmo que sejam todos desconhecidos, numa sala de jantar em algum apartamento, com certeza, as chances de ter varias histórias interessantes é muito grande, não acham?
Pessoas descontraídas, perguntando e respondendo abertamente sobre gastronomia em geral, se importando somente em aproveitar o melhor de cada um, e daquele momento.
Pois este tipo de experiência já acontece há alguns anos nos Estados Unidos e, é conhecido como Ghetto Gourmet.
http://www.theghet.com/

Começou assim, com pessoas querendo compartilhar conhecimentos, experiências e também “good times” ao redor de bons vinhos, bons pratos e boa companhia. O fundador, Jeremy Townsend, disse que chegou a parar gente na rua e perguntar se eles queriam passar pela tal experiência. Seu irmão, Joe é chef e experimentando novos pratos, decidiu chamar novas pessoas. E o que era apenas reuniões feitas toda segunda feira em algum restaurante pirata (uma sala de algum apartamento, porão, ou mesmo um terraço) tornou-se um movimento espalhado de costa a costa nos EUA. Hoje, depois de seis anos, esta rede social está disseminada pelos continentes e já existe também no Brasil, concentrado em São Paulo / Rio de Janeiro, e outros pouquíssimos pontos do país.

Me lembra um pouco o estilo de uma confraria, porém, ressalto que a confraria tem regras, estatuto, membros ou confrades, como alguns chamam...(coisa de velho isso não??).

Você pode jantar uma, duas vezes por semana em restaurantes, mas sabe que sempre será aquele protocolo. O que me chama atenção, é a miscelânea de gostos, rostos e idades; Enfim, vivenciar algo interessante com pessoas que possam agregar (shake hands, como dizem por lá...). Todos ajudando talvez, cada um com uma tarefa. Com certeza, tem que ter uma organização tal que você possa propiciar uma experiência única a quem se disponibiliza a participar.
Por enquanto eu fico aqui tentando desenvolver tal fórmula para, quem sabe qualquer dia, chamar algum de vocês para compartilhar desse novo movimento. Vou aqui aprendendo um pouco mais; já me cadastrei no Guetto gourmet, para poder ir me habituando com metodologias e práticas. Aprender algo novo é sempre bom!

Sonhando Acordado

Após dois anos de batalha, ganhei da insônia a guerra pelo descanso noturno. Às vezes, ainda me sinto vigiando a ingrata hóspede pelas noites afora.

Dormir é essencial, e nada pode substituir as horas passadas nos braços de Morfeu. Em um texto, Moacyr Scliar diz, que a partir de certa idade, todo prazer exercido à custa do sono, torna-se repugnante, quase um castigo.
Shakespeare em uma de suas obras faz um elogio indireto do sono: “MacBeth matou o sono, o inocente sono... Bálsamo das mentes cansadas”. O “Gentil Sono”, a que se referia o escritor, corresponde as múltiplas necessidades do ser humano. Uma delas é a necessidade fisiológica. Serve para recarregar a nossa bateria. A outra é a emocional. Freud diz que necessitamos sonhar, transformar as nossas angustias e ansiedades, que muitas vezes nos perseguem, em imagens fantásticas (daí, inofensivas). E também tem o emocional da auto-estima (estou com olheiras? Não to bem hoje... onde foi parar meu rosto?).
A Privação do sono se acompanha de impressionantes distúrbios, tanto de natureza orgânica como psicológica. É preciso, portanto, que a pessoa esteja um pouco fora de seu normal para que não possa dormir.
Extraordinário são os casos de personalidades, que usavam a insônia para processos criativos. Inventores célebres, como Thomas Edison; escritores e dramaturgos se fazem deste malefício para capturar idéias e pensamentos, que depois se tornaram obras famosas.
Talvez naquele tempo, fosse mais fácil lhe dar com a insônia, pois ela talvez fosse propulsora, e não um aterro de dúvidas, que não para de crescer e onde não vemos tratamento atualmente.
Mas, é claro que falo de exceções. A Maioria das pessoas, à noite, adormece o sono dos justos (às vezes na frente da TV, como é o caso da minha mãe... e de outras mães também).
O Mundo moderno assombra a muitos com a insônia. É um universo “Fast-Perform” demais, se é que posso classificar assim. Olhe para a tela do seu computador; há cinco telas abertas, com cinco produtos diferentes tendo sua tratativa, pra ontem, é claro...
Vivemos na era do “Link”. Este termo inglês, já familiar do nosso português, nos conecta demais e, às vezes nos conecta ao desespero e a ansiedade. Fica óbvio complementar que na hora de dormir, não vamos desconectar tudo tão rápido.
Por isso, o mundo moderno assombra... E a Insônia é um espanto!

Outras Histórias

De vez em quando, colocarei aqui contos, escritos ora por mim, um aspirante a escritor, ora por gente grande neste metiê.
Neste post, reproduzo o excelente conto do
@EduardoMira sobre amizade, rock n'roll e traição!



Relações Cortadas



– Bichos Escrotos foi a primeira música ecológica do Brasil!, decretou Digão. “Vão sifudê, porque aqui na face da Terra só bichiscrotos é o que vai tê!”, completou, como querendo comprovar a sua tese cantarolando uma das estrofes da música do Titãs.
– Não fala besteira, cara. O Guilherme Arantes já cantava música ecológica muito antes. “Terra, planeta água...Terra, planeta água...”, tá ligado?, retrucou Jimmy.
– Véio, eu tô falando de roquenrôu. Não essa porra!
A discussão acalorada rolava na mesa do Pida, um boteco perto da Federal de Santa Catarina onde os universitários iam matar aula e esvaziar umas ampolas de Antarctica Original. Estudantes de jornalismo, Jimmy e Digão adoravam rock. Fãs de Led Zeppelin, Deep Purple e outras bandas gringas eram dois típicos jovens cabeludos que deixaram de beber cerveja pra comprar ingressos do último show que o AC/DC fez em São Paulo. Passaram um mês à base de Miojo e pão com salsicha.
Volta e meia arranjavam algum assunto pra discutir. Política? Futebol? Mulher? Não, eles preferiam debater sobre música. Esses dias quebraram o pau porque o Jimmy disse que o Frank Zappa era melhor frasista do que músico:
– Me cita um sucesso arrebatador do Zappa. Não tem. Agora, frases ele tem de monte. Olha essa: “Repórter de rock é um jornalista que não sabe escrever, entrevistando gente que não sabe falar para pessoas que não sabem ler”. Genial!
– Não viaja, cara! O Frank Zappa revolucionou o rock. Lançou o Steve Vai, o Bob Martin... Cala a boca!
Geralmente as discussões ganhavam uma proporção tão grande que quase chegavam às vias de fato, embora agressão física nunca tivesse ocorrido. Uma vez a gritaria entre os dois estava tão amplificada que o Zito, o garçom mais antigo do Pida – veterano da bateria da Coloninha – pediu pra maneirar porque tinha cliente reclamando:
– Vâmo com calma, gurizada, que eu sou do samba e o samba é da paz.
Uma vez, reunidos com a turma toda da faculdade, Jimmy e Digão espantaram a maioria dos colegas, embora até tivessem conseguido algumas adesões à causa. Foi na noite em que o Digão ousou chamar o Ozzy Osbourne de decadente. O Jimmy quase partiu pra porrada.
Embora as brigas acontecessem, eram sempre passageiras e geralmente terminavam assim que a conta do Pida era rachada. Jamais resistiam ao X-Galinha-Egg do Quebra Gelo, parada obrigatória no fim de noite antes de cada qual rumar pra sua quitinete, situadas no mesmo condomínio.
No fundo, os dois se admiravam. E gostavam do mesmo gênero musical, das mesmas bandas, dos mesmos ídolos. Identificavam-se musicalmente de uma maneira que nunca tinham experimentado antes. Aquele que chamava o Ozzy de decadente tinha toda a coleção de álbuns do ex-vocalista do Black Sabbath, assim como aquele que defendia o roqueiro inglês. Na verdade, as discussões eram mais pra criar polêmica e marcar território. Como se um quisesse mostrar que conhecia mais de música do que o outro. Coisa de jovem.
Mas num final de tarde o Jonas viu uma cena que jamais imaginaria que pudesse testemunhar. Entrou no Pida pra tomar uma gelada, a fim de comemorar o início do horário de verão, e viu Jimmy numa mesa e Digão em outra. Ambos sozinhos e com cara de poucos amigos. Cada qual com a sua Original descansando sobre a mesa.
Se aproximando de Digão perguntou:
– Qualé, cara. Que tá rolando? Brigou com o Jimmy?
– Estamos de relações cortadas.
– O que aconteceu?
– Tava mexendo na coleção de CDs do Jimmy e vi, escondido no fundo da prateleira, a discografia completa do Engenheiros do Hawaii!!!
Digão era radical nas suas escolhas musicais. Jamais admitiu, por exemplo, que o Chris Cornell pudesse formar uma banda chamada Audioslave com os caras do Rage Against the Machine pra tocar uma música como Like A Stone.
– Que desperdício de sonoridade!, lamentava.
Se Digão não gostasse de alguma música ou banda, ele elegia todos os que gostavam como inimigos figadais. E os Engenheiros figuravam como a banda mais odiada por Digão. Tinha uma frase que repetia sempre que alguém mencionasse, tocasse ou mesmo assoviasse alguma nota de uma música dos Engenheiros:
– Tudo na vida tem um lado bom, menos o LP dos Engenheiros do Hawaii!
Achava a música dos Engenheiros um lixo e o Humberto Gessinger um chato de galochas. Fazia questão de frisar que conhecera os Engenheiros num programa vespertino da Ticiane Pinheiro que passava na Bandeirantes, antes mesmo de a emissora passar a se chamar Band.
– Uma verdadeira banda de rock jamais pode se apresentar num programa infantil!, dizia.
Jonas, que conhecia a gravidade da falta de Jimmy sob ótica de Digão, mesmo assim tentou contemporizar:
– Relaxa Digão, essas coisas acontecem. O cara é teu amigo.
– Ex-amigo. Acabou! Se tem uma coisa que eu não admito é traição.