quarta-feira, 23 de junho de 2010

Retrato de um Amigo

… cara, se tem uma coisa que não agüento mais é ser errante. Essa filosofia das múltiplas escolhas me cansou. É por isso que neguinho inventou essa história de alma-gêmea. Assim fica fácil: ela é minha alma-gêmea, não preciso tentar mais nada. É ela e ponto. Já reparou que todo mundo encontra a alma-gêmea e – mais dia ou menos dia – termina com ela? Eu tenho certeza que não existe alma-gêmea. Ninguém é a mulher da minha vida. Imagina só se a mulher da sua vida nascesse na Coréia do Norte. Porra, você nunca iria conhecê-la e ia ficar tentando sempre com as erradas. É por isso que eu não acredito: as almas-gêmeas sempre nascem no mesmo país, ou têm amigos em comum, ou moraram perto em alguma fase da vida ou coisa parecida. Todo mundo que acredita nisso escolheu quem é a pessoa para ficar para sempre. Ainda não vi um casamento de oitenta anos que nasceu de um magnetismo tão forte que aproximou o casal.

Presta atenção: se você olhar bem, aqui no Jobi tem um monte de gente que qualquer um de nós dois poderia namorar. Olha naquela mesa, a Roberta que estudou com o André na PUC, que o Rafael pegou naquela chopada de Desenho, lembra? Eu poderia namorar com ela. Ela é muito gata, e eu acho que é muito inteligente. Em princípio, eu não preciso de nada além disso. O que não dá mais é ficar rodando de bar em bar, nessas boates de merda e nas festinhas na esperança de conhecer a nova mulher da minha vida. Eu não estou aproveitando nada; fico só caçando, procurando, chegando, pegando e no dia seguinte deixo tudo de lado. É muito gasto de tempo, energia e dinheiro à toa.

Mais do que isso, essa invenção de alma-gêmea é a mesma coisa que a história do Don Juan. A mesmíssima coisa. Só que ao contrário. Não ri que é sério. O cara que sai pegando todo mundo, dizendo que não precisa de ninguém, que não quer se comprometer, no fundo é o mesmo que diz que encontrou a mulher da vida. A mesma babaquice. Só que um não encontra ninguém e o outro encontrou alguém pra sempre. Meu irmão, as duas possibilidades são terríveis! Eu quero poder me apaixonar por várias mulheres, tentar com várias, casar com várias. Esse negócio de ter um monte ou ter uma exata pra viver pra sempre é muito angustiante. Além do mais, o Don Juan sempre acaba se apaixonando por uma. Lembra do Marcelo? E o casadão sempre acaba se apaixonando por outras. Ah! Disso tem um monte de exemplos!

Eu me orgulho de ser autêntico. Tive cinco namoradas, quis casar com duas, casei com uma, fui apaixonado por todas e amei três. Eu e a Sofia terminamos há sete meses e não tenho a mínima idéia de quanto tempo vai demorar pra eu começar a namorar. E isso é complicado, você não viu o Paulo? O maluco ficou tão desesperado que quase começou a namorar só pra não ficar mais um mês solteiro. Ia namorar aquela baixinha só pra namorar. Deu sorte que aos quinze minutos do segundo tempo da prorrogação conheceu a Maria. Estão felizes de dar gosto. Parecem que nasceram um para o outro. Eu prefiro não ter que passar por esse desespero.

Pra mim, casamento quando dá certo é porque a amizade deu certo. As pessoas passam cinqüenta anos juntas porque são amigas e não namorados. É a maior balela esse conselho chavão de que estão juntos porque são eternos namorados. Isso é impossível. Namoro é período de reconhecimento, como no início de uma luta de boxe. Você fica observando como o outro reage aos golpes, aprende os atalhos, descobre os pontos fortes e fracos; vai se adaptando. Sem adaptação, é fim de papo. Depois que se adapta, não é mais namoro, e sem amizade já era também, meu irmão. Só a amizade pode proporcionar tantas coisas que são suficientes para manter um relacionamento vivo durante muito tempo.

Nem eu quero ficar pensando em casamento, cara. Longe de mim! Mas é que uma coisa vai levando a outra, você sabe como é… Você entendeu a história de alma-gêmea? Já escutou "Love will tears us apart" do INXS? É que tem gente que não entende. Eu explico, e não entendem…

(Conto de João Paulo Duarte)

Curtas do Futebol


Copa do Mundo em 1958.
Intervalo de jogo. O técnico Vicente Feola está dando instruções aos craques da Seleção Brasileira no vestiário. De repente, vira-se para Garrincha:
- Você, Mané, vai avançar mais pelo canto. Daí...
Ao observar Garrincha resfestelado num banco, lendo um gibi do Zé Carioca, sem nenhuma preocupação, o treinador irritou-se:
- Bem, Mané, então faça o que quiser, tá.
Garrincha fez um sinal de positivo com a cabeça. Na hora do jogo fez o que quis e o Brasil ganhou fácil.


Conta-se que na equipe do Juventude de Vila Lenira dos anos 70 havia um jogador apelidado de Kolynos, que sabia do riscado e um cabeça-de-área com excelente visão de jogo.

Certa vez, jogando em Novo Brasil/ES, o treinador Caliari teve o lateral direito lesionado e enquanto aquecia outro atleta, pediu que Kolynos caísse por aquele lado até que ele fizesse a substituição. Depois do aquecimento e entrada do novo atleta, o treinador percebeu que Kolynos estava estendido no chão. Preocupado, correu em sua direção para socorrê-lo e questionou:
- Kolynos, você está machucado?
Para seu espanto, Kolynos muito sério respondeu:

- Não! Você não pediu que eu caíse por aqui? Foi o que eu fiz.

domingo, 20 de junho de 2010

Ele e as viciadas

Meu nome é Dercy. Gonçalves é a puta que pariu. O pau mais gostoso é o circuncidado. Toda mulher precisa chamar a atenção de alguma forma. A forma da bunda, dos seios, do abdômen. Eu queria ser reconhecida pela forma dos pés, então sempre deixo os pés de fora. Mas poucos homens dão valor aos nossos pés, então, por via das dúvidas, dou uma valorizada no resto. Tem mulher que se julga auto-suficiente, eu não, eu preciso de homem. E homem não tem que ser isso, nem aquilo, tem que ser homem. Ser homem é ser homem, só se aprende com uma mulher. Não com duas, nem com três: com uma.

Meu nome é Cleide. Gosto de homens assim-assado. Assim como o Richard Gere e assado lá na minha cama. Sou fogo. Não posso ver um homem bonito que quero logo dar pra ele. Alguns ficam com medo de mim. No início, todos, na verdade. Aí eu vi que homem não dá conta de mulher oferecida demais não. Homem também precisa de preliminar: se você disser “me come” no meio da rua, a maioria broxa. Não, eu nunca disse “me come” no meio da rua. Só na calçada.

Meu nome é Fátima. Gosto mesmo é de mulher. Nada contra homem, eu já tive uma porção, mas mulher que é bicho bom. Com mulher a gente pode ficar horas e horas nas carícias, os homens têm sempre aquela preocupação da coisa cair, não levantar nunca mais, as carícias na maioria das vezes são pura burocracia. Eu gosto é de gozar. E nunca fui muito boa nesse negócio de gozar com penetração. A maioria não é, você sabe. Muitas fingem. Eu não gosto de fingir. Com mulher, gozo bem mais. Tenho uma amiga que diz: “Gozar não é tudo”. Coitada dela. Casou com um idiota do mercado financeiro. Só deve gozar no bidê.

Meu nome é Zenaide. Eu me masturbo às segundas e quartas. Se ninguém me ligar, eu mesma ligo pra mim. Esses celulares novos são bem melhores que os antigos. A gente vai ficando mais exigente, né? Não vejo a hora de ter um I-phone. Uma amiga minha americana falou que é o melhor. Vibra uma barbaridade. Eu tenho medo de ficar viciada. Agora, preciso ligar de cinco a seis vezes pra conseguir falar com ela. Mas quando ela diz “alô”, nossa, aí é que você percebe que a coisa é boa.

Bom, eu sou circuncidado. Achei lindos os pés da Dercy. Quando uma mulher diz “me come”, eu como na hora. Com muitas carícias, porque mulher gosta mesmo é de gozar várias vezes. Eu não me masturbo. Prefiro encontrar uma voluntária. Ah, desculpe, meu nome é Juveninho. Mas meu novo apelido é I-phone.

(Conto de Felipe Brasil)

sábado, 19 de junho de 2010

Energize-se!!

Mensagem do dia:

Um milhão vezes zero é zero. Ou seja: não coloque sua intensidade onde não tem nada.

quinta-feira, 17 de junho de 2010

High Tide or low Tide

Durante toda minha vida,
muitas pessoas passaram por mim,
dia após dia. E ainda passam.

Mas somente algumas dessas pessoas,
ficarão para sempre em minha memória.
A essas pessoas, eu chamo de amigas,
e as levarei para sempre comigo, cravado no peito

Às vezes pelo simples fato de terem
cruzado meu caminho,
às vezes pelo simples fato de terem dito
uma única palavra quando eu precisei.
E nem sempre a melhor palavra é a de alento.

Às vezes por ter me dado um minuto de sua atenção,
e me ouvido falar de minhas angústias,
medos, vitórias e derrotas...muitas.

Às vezes por terem confiado em mim,
e me contado também seus problemas,
angústias, vitórias, derrotas...também, muitas!
A isso eu chamo amizade.

E amigos de verdade,
ficam para sempre, asim como as pegadas na alma,
que são indestrutíveis.

À você, que é importante para mim.
Eu te adoro muito.
Sua amizade para mim tem um valor enorme,
e nada que eu possa dizer à você,

Pode ser tão especial ou mais significativo
do que sua amizade é para mim.

Um passeio por Andaluzia


Rodávamos o museu há mais de duas horas e preparávamos-nos para sair e continuar nosso passeio pela cidade. Achávamos que não havia mais nada para ver lá dentro, mas insisti que não havíamos passado por uma ala no térreo. Ela confiou e fizemos a curva. Enquanto olhava o quadro imediatamente à minha esquerda, acho que era algo espanhol do século passado, juro que não me lembro, logo em seguida ela suspirou, colocando a mão no colo, e me chamou para ver.

Sentei-me no banco em frente e vi. Que coisa mais linda é esta mulher eufórica pela beleza do quadro. Ela olhava para o quadro, depois para mim, para mostrar felicidade e talvez reparar na minha reação. Eu estava perplexo, apaixonado, idiota de admiração, feliz por ter sugerido a curva e de ter o privilégio de viver esse momento. Ela alternou o olhar entre mim e o quadro mais algumas vezes. Eu sorri infantilmente, não consigo também parar de reparar em todos os detalhes da beleza, do sorriso, do corpo quase trêmulo de satisfação e de eu ser o único homem que tenha parado, reparado e vivido isso. Posso me gabar; por mais que ela tenha outros tantos homens na vida – eu é que a vi contemplando algo tão importante. Foi comigo que ela procurou compactuar deslumbre. Não pensei em contar as dezenas de minutos - muitos! - que fiquei naquele banco. Nunca fiquei tão extasiado frente a um quadro, nunca tinha amado tanto uma mulher.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

SWU - O Brasil entra na Rota dos Festivais

Confirmado.
Após termos, aqui no blog, passado informações sobre Woodstock a realizar-se no Brasil este ano, viemos hoje com notícias concretas pra dividir com vocês. Aqui na cozinha, estamos todos já "no esquenta" e esperando. Vamos lá:


SWU (Começe por Você), será um movimento de conscientização em prol da sustentabilidade e também um Festival de Música e Arte. Destacamos que é o primeiro evento desse porte a ser realizado no Brasil. 
Você vai perguntar: - Mas por que em o nome em Inglês? - Globalization my friend...
Hoje, através da coletiva de Imprensa, Eduardo Fischer, idealizador do SWU, comentou que o nome tem mais alcance internacional em inglês, e que também deverá acontecer em outros países futuramente.

Mesmo assim, consideramos muito importante este evento, porque a linguagem e o conteúdo deste movimento é diretamente voltado ao público jovem, que efetivamente pode ajudar o planeta nos próximos anos/décadas.
Não entremos em discussão sobre meio ambiente e sustentabilidade, pois hoje em dia, já tem muito charlatanismo, até mesmo em cima de assuntos ecológicos.
Pode até ser uma publicidade Ecochata (tá bom, mas não se empolga Jonesy...), mas acreditamos sim, no poder de mobilização das pessoas.

O que achamos interessante é o Brasil na rota de grandes festivais, como PinkPop (Holanda) Glastonbury (UK) e Coachella (USA). É mais visibilidade para as turnês de bandas internacionais e também do nosso som tocando lá fora. Bom pra todo mundo!

Abaixo, disponibilizo alguns dados importantes sobre o Evento:

 -  O Festival será realizado entre os dias 09 à 11 de Outubro (Sábado, Domingo e Segunda). Lembrem que dia 12 é feriado!
 - O Evento será na cidade de ITU, cerca de 70 km da cidade de São Paulo.;
 - O Nome do local chama Fazenda Maeda, com aprox. 200 mil m². (www.pesqueiromaeda.com.br)
 - Serão quatro palcos, sendo dois abertos, um fechado e uma tenda eletrônica;
 - Camping para 8 mil pessoas;
 - Estacionamento para 30 mil carros;
 - Mais de 8 mil leitos, num raio de 70km (região Itu);
 - Banheiros com chuveiros;
 - Segurança com câmeras 360°;
 - Alimentação (grandes marcas estarão presente na parte de conveniência);

Agora sim, começamos a falar de MÚSICA messssmo!!! Foram confirmadas as primeiras 4 atrações das 60 previstas para o Festival. Isso mesmo, 60 atrações no total!

As bandas são:

PIXIES 
INCUBUS 
DAVE MATHEWS BAND
LINKIN PARK 

Hoje na coletiva, Eduardo falou sobre a vinda do Pearl Jam. Ela não está totalmente descartada. A Banda se mobilizou com o projeto, disponibilizando a música "Just Breathe", como parte do comercial que já está vinculando na mídia.  O que acontece, é que um integrante da banda está casando este ano e a banda deve entrar num pequeno recesso. Se não vierem para a abertura do Festival (é o que se cogita de forma off-line), eles virão no primeiro trimestre de 2011.

O Evento conta com grandes patrocinadores, e outros ainda entrarão neste circuito, até que começe a ser vinculado em nível nacional.

Daqui seguimos apreensivo, esperando a confirmação de outras bandas, como Rage against the Machine, Foo Fighters, Bob Dylan, Stone Temple Pilots, Blur, Radiohead, entre outros...são tantas!!!

Mais informações, siga no twitter: @SWUbrasil, @EduardoFischer.
www.swu.com.br

Passou agora pela nossa cabeça, fazermos uma excursão...quem sabe! Boa Page, boa idéia..Flw!

Selecionamos dois momentos: Pixies, no Isle of Wight (Festival inglês) em 2009 e Incubus, no Hove Festival (Noruega)



terça-feira, 8 de junho de 2010

Stop Making Sense - Talking Heads

Hoje, dia 08/06, faz exatamente 35 anos, desde o primeiro grande show do Talking heads, onde eles abriram pro Ramones em NY. O Talking Heads fez a sua criação com a mistura do punk, rock, pop, funk, intelectualismo, e no final da carreira, com a world music. Desde 1978 o grupo trabalhou com Brian Enno, produtor musical de grande competência e que posteriormente trabalhou com U2 em diversos álbuns.

Em 1983, a banda lança o disco "Speaking in Tongues", com singles entrando diretamente entre os top 10 americanos. Deste disco, nasceu uma das melhores turnês de rock da história (Stop making sense), que inclusive gerou um documentário, dirigido por Jonathan Demme, que mais tarde ganharia o oscar com o filme "O Silêncio dos inocentes".
A Banda lançou outros discos, menos expressivos e alguns hits; um deles "Radiohead" deu nome a banda liderada por Thom yorke - Radiohead.

A banda terminou em 1991 e David Byrne, líder da banda, continuou em carreira solo tendo sempre uma veia experimental como vetor de suas composições. Byrne aprecia bastante nosso país, tem casa por aqui e já fez parcerias com alguns artistas brasileiros (Tom Zé, Caetano Veloso).

Ano passado, David Byrne lançou um livro que vem bem a calhar (Diários de Bicicleta), numa época em que grandes cidades não suportam mais veículos motorizados, e a poluição gerada por eles. Trata-se de sua experiência sobre duas rodas onde, com sua bicicleta, conseguiu conhecer melhor cidades como Berlim, Buenos Aires, San Francisco, São Paulo, Manila, Istambul, entre outras, ampliando a percepção dos ritmos locais e características de cada uma delas.

A seguir, uma das primeiras composições e também a mais conhecida da banda, durante a turnê Stop Making Sense.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Leia no volume Máximo

Ainda hoje, li uma frase de Ferreira Gullar: "A Arte existe, porque a vida por si só, não basta". O post de hoje é sobre contos.

O Conto caracteriza-se por ser uma narrativa curta, um texto em prosa que dá o seu recado em reduzido número de páginas ou linhas. Todos os ingredientes do conto levam a um mesmo objetivo. Assim, a existência de um único conflito, de uma única “história” está intimamente relacionada com essa concentração de efeitos e de pormenores; "É gênero difícil, a despeito de sua aparente facilidade", afirmava Machado de Assis.

Abaixo, indico dois livros de contos que reunem ingredientes perfeitos. Música e Literatura.


“Como se não houvesse amanhã”, foi organizado pelo escritor carioca Henrique Rodrigues e traz vinte histórias inspiradas em músicas da Legião Urbana, cada uma escrita por um autor diferente. Além de ser uma homenagem à banda, o livro é também uma amostra do que há de mais novo na literatura brasileira contemporânea.

A exemplo das músicas da lendária banda formada em Brasília, os contos tratam de temas universais como amor, perda, revolta, indignação, morte. E, assim como as canções da Legião Urbana, os vinte contos deste livro são profundos, inquietantes e belos. E todos foram feitos para serem lidos, tendo a Legião Urbana como som de fundo. Acho interessante a proposta. Eu sou fã da música Quase sem querer, que infelizmente não aparece no livro, mas esta compensada por outras baladas inesquecíveis, como Eduardo e Monica, Faroeste Caboclo, Há tempos, Pais e filhos, Sereníssima entre outros sucessos.


Que as músicas de Chico Buarque inspiraram e, continuam inspirando muitos artistas, isso ninguém pode negar. O fato é que agora tudo está virando um livro. Exatamente, hoje, dia 07 de junho, começa a chegar as livrarias o livro de contos "Essa História está diferente". Este trabalho foi patrocinado pela Caixa Econômica Federal, e conta com escritores brasileiros e estrangeiros, numa seleção de 10 contos.
Alguns contos se baseiam fielmente nas canções criadas por Chico, outros usam as canções como trilha sonora, cenário e atmosfera, outros emprestam delas a estrutura, e há os que utilizam as canções diretamente como mote. Carola Saavedra, João Gilberto Noll, Luis Fernando Verissimo são alguns escritores que participam desta obra.

Abaixo, tem um trecho por Luis Fernando Verissimo, inspirado na música "Feijoada completa".

Carolina olha Pedro dormir. Está acordada há tempo. Tem dormido mal. Acorda várias vezes durante a noite. Está assim desde que tomou a decisão de deixar o Pedro. Não sabe como dizer que vai deixá-lo. Que não pode mais, que não aguenta, que chega.
— Pedro…
— Ahn.
Carolina não consegue ir adiante. Pedro está sorrindo. Dormindo e sorrindo. Até dormindo o filho da puta é simpático. Dizer o quê? “Pedro, acorda que eu quero te dizer uma coisa. Eu vou embora. Nosso casamento acabou, viu? Não deu certo. Ponto final. Agora pode voltar a dormir.”
Não. Melhor deixar para outro dia. Ou não dizer nada. Ir embora e pronto. Telefonar da casa da Milene, dizer pelo telefone. Isso. Sem precisar ver a cara dele, sem ele poder mexer com o cabelo dela e dizer “Carol, Carolzinha, o que é isso?” como sempre faz quando ela perde a paciência com ele. Com voz de injustiçado. Isso, melhor dizer pelo telefone. Sem remorso.
Não. Agora. Tem que ser agora.
— Pedro.
— Quê?
— Acorda.
Ele abre um olho.
— Que horas são?
— Não sei. Sete.
— Sete? Ó, Carol! Hoje é sábado!
É mesmo. Ela tinha esquecido. Sábado. Dia de acordar tarde. Dia do futebol dele. Dia de feijoada depois do futebol. Ela botara o feijão de molho na noite anterior, como fazia todas as sextas-feiras. Como podia ter esquecido? Era a falta de sono.
— Dorme, vai.

domingo, 6 de junho de 2010

There is a light that never goes out

Zooey Deschanel e Joseph Gordon-Levitt são protagonistas do filme 500 dias com ela.

No início do filme já somos avisados que este não é um filme de amor. É um filme sobre o amor.

O diretor Marc Webb é conhecido pela produção de clipes (Green Day, Incubus), e acertou em cheio ao revigorar a forma de se narrar uma história “anti-romântica” moderna, usando canções e referências do mundo pop para melhorar a atmosfera e a versatilidade da trama, sem apelar para momentos óbvios ou clichês.

Sou fã deste gênero de filme, principalmente pela mistura de anos 1980 (The Clash, Smiths, Jesus and The Mary Chain, Pil, Joy Division) com músicas e bandas contemporâneas (The Temper Trap, Wolfmother, Spoon, Black Lips).

Existem musicas interessantes que sempre serão o toque final para determinados momentos. Quando conquistamos algo importante, quando estamos caminhando na rua e principalmente quando estamos “fall in love”... Parece que quando estamos vivendo esses belos momentos tudo se renova, tem forte intensidade, mais cores, coisa de pessoas apaixonadas mesmo. Mas quando termina? O que pode acontecer com esse brilho? Desaparecer? E quando a ilusão se torna realidade?
Qual seria a “música” melhor pra expressar o sofrimento de uma fossa? Existem várias, e é isso que Rob Gordon, no filme Alta Fidelidade, acusa ser o veículo soturno que atinge milhares e milhares de pessoas. Eu votaria na música do Led - Since i’ve been loving you; acho que Page e sua guitarra mostram muito bem a dor da fossa e da rejeição...

Outro ponto interessante deste filme é o roteiro (Scott Neustadter e Michael H. Weber). É muito observador no modo de ser de homens e mulheres "modernos". Interessante como, no mundo moderno, um filme como este seja tão correto em observar como os papéis masculinos e femininos estão mudando, e o que se espera de cada gênero.
Nessa análise, os paradigmas de Tom (Joseph Gordon-Levitt) são colocados em xeque e talvez os paradigmas dos que estão assistindo. Existe essa coisa de destino? Será possível acreditar no amor? Ou será que essa cultura pop, que nos rodeia a tanto tempo, está nos fazendo acreditar em um tipo de amor que não existe, não nesta realidade cheia de falhas? ...Eu escuto estas músicas e ainda acredito no Amor!

Acho que muitas pessoas se identificaram com o filme sim, pois todo mundo já levou fora ou deu fora. Magoou sem intenção e também foi magoado...Outra reflexão do filme pode ser um alerta: “o problema sou eu ou ela?”.

Gostei desta conversa entre os personagens:
- Eu acordei um dia, e eu já sabia! (Summer)
- Sabia o quê? (Tom)
- Sabia o que eu nunca tive certeza com você... (Summer)


Snacks com jeitinho Brasileiro

O Pastel, ao contrário do que muitos pensam (eu também pensava) não é de origem Americano "snacks" ou japônes "gyosa", como muitos afirmam; nem dos bolinhos primavera chineses não... Nós, Brasileiros somos um povo criativo. Fato. Então chego a conclusão que o pastel é fruto da criatividade do Brasileiro, associada à nossa diversidade culinária que, só um país tropical com a nossa "malandragem" poderia possuir. Sua massa exclusiva, é a única que possui a cachaça. (mais malandragem que isso...)

O chef Sergio Arno, dono da rede de restaurantes La Pasta Gialla, garante que utilizar cachaça na massa é o segredo para conseguir pasteis sequinhos e crocantes. Esta dica eu peguei no livro "Segredos de Chefs".


Mais uma vez, eu coloco aqui no blog, um prato que dificilmente se come sozinho. Pra mim, pastel combina com turma...e no inverno é muito bom este prato. Confira à seguir, como fazer massa para 20 pastéis.

1º Passo: Separe os ingredientes!
Para fazer cerca de 20 pastéis pequenos, você vai precisar de 150 ml de água gelada, 1/4 de xícara (chá) de óleo de milho, 1 ovo, 3 colheres (sopa) de cachaça e 1/2 kg de farinha.

2º Passo:
Numa tigela, coloque a água gelada, o óleo, o ovo levemente batido e a cachaça. Despeje tudo sobre a farinha e amasse até obter uma massa lisa e homogênea.

3º Passo:
Passe a massa pelo cilindro da máquina de macarrão. Se você fizer com o rolo, cerca de 10 minutos pra deixar a massa no ponto (bem fina). Em seguida, faça tiras retangulares de massa; separe-as com filme de PVC, leve à geladeira e deixe até o dia seguinte.

4º Passo:
No dia seguinte, retire a massa da geladeira e descarte os pedaços de filme. A assa está pronta para ser usada.

Esta versão serve tanto para pastéis doces e salgados.

Fiz hoje no final da tarde pra acompanhar o café em família...Pastel de Nutella! Cortando a massa em quadrados pequenos (10cm x 10cm) e uma colher de nutella. Simples. Dá ainda pra acrescentar banana cortada em pequenas tiras! Aquele esquema do fósforo no óleo e voilá!

Depois de prontos, polvilhar com açucar e canela em pó.

sábado, 5 de junho de 2010

Outside there's a box car waiting

Até que enfim, o SOL!!!

Aqui da cozinha acabamos de conferir o video abaixo. Decidimos que o clipe vale nota 5,5 mas a voz de Meaghan Smith é nota 10!...média 7,7. Page decidiu arredondar para 8! Ok, você Manda Page! Então vai pro blog...

Meaghan é canadense, pertence a uma familia de músicos e começou sua carreira com o primeiro albúm lançado este ano (The Cricket's Orchestra). Este vídeo ela interpreta "Here comes your Man", da banda americana de rock alternativo "Pixies". Esta versão foi feita para o Filme 500 days of summer, que em breve receberá um post dedicado; por hora um preview!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

Pra dias como esse... de frio e chuva

It is the springtime of my loving
The second season I am to know
You are the sunlight in my growing
So little warmth I've felt before.
It isn't hard to feel me glowing
I watched the fire that grew so low.

It is the summer of my smiles 
Flee from me Keepers of the Gloom.
Speak to me only with your eyes.
It is to you I give this tune.
Ain't so hard to recognize
These things are clear to all from time to time.

I've felt the coldness of my winter
I never thought YOU would ever go.
I cursed the gloom that set upon us...
But I know that I love you so

These are the seasons of emotion and like the winds they rise and fall
This is the wonder of devotion
I seek the torch we all must hold.
This is the mystery of the quotient 
Upon us all a little rain must fall...It's just a little rain